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  >  Estados Unidos   >  Trabalho voluntário no exterior: San Francisco, EUA
Trabalho Voluntário San Francisco

Essa é a primeira de uma série de entrevistas que faremos aqui no Viagem pelo Mundo com pessoas que já fizeram algum tipo de trabalho voluntário em qualquer parte do mundo. Viajar para fazer turismo é algo natural para a maioria de nós, mas investir o seu tempo (e muita vezes o seu dinheiro) em ajudar o outro, é algo digno de admiração.

Como é trabalhar como voluntária em San Francisco, EUA?

A Tania mora em San Francisco e doa boa parte do tempo dela para o SPCA (um canil e hospital para animais) , mas nada impede que a história dela sirva de inspiração para você também. Espero que gostem! 🙂

Trabalho Voluntário San Francisco

Qual o seu nome, idade e profissão?

Tania, 32 anos, adestradora de cães com reforço positivo e compositora.

Por que você decidiu trabalhar como voluntário? Esse trabalho tem alguma relação com a sua profissão principal?

Decidi ser voluntária do canil SF SPCA aqui em San Francisco para aprender mais sobre comportamento animal. Eu sempre tive um desejo muito grande de aprender coisas novas e quando comecei a ser voluntária do SPCA, percebi que eu não só estava aprendendo muito, mas também desenvolvi meu senso de responsabilidade com os animais que estavam sob meu cuidado. Conhecimento traz poder: neste caso poder de ter a chance maravilhosa de ajudar os cachorros  com problemas de comportamento.

Como você encontrou essa oportunidade? Foi através de uma agência ou sem intermediários?

Encontrei a oportunidade sem intermediários. No meu caso específico tive sorte porque o SPCA de San Francisco já tem um estrutura muito boa para receber e conduzir novos voluntários. Eles oferecem treino para quem quer se aprofundar no assunto. Eu simplesmente fui lá e comecei a fazer todos os cursos que eles ofereciam, de um a um.

Quais foram os passos burocráticos para a concretização do processo?

Tive que contatar a organização falando do meu interesse em ser voluntária (por e-mail), ir à uma palestra de introdução e fazer cursos específicos para poder lidar com certos tipos de problemas. Quanto mais instrução o voluntário tem, mais ele pode pegar casos mais complicados.

Você teve que tirar algum visto específico ou usou o visto de turista?

Eu estudo aqui nos Estados Unidos, então não precisei pensar neste assunto.

Conte-nos um pouco como era a sua rotina de trabalho.

Eu vou para o canil praticamente todos os dias. Geralmente chego lá, preparo a comida dos cães que vou trabalhar, pego meu clicker, meu cachorro da semana e vou para o local onde o treino será realizado. Passo umas 2-3 horas por dia dentro do canil.

Existe um programa pré-estabelecido para voluntariado?

Sim! Lá eles tem muitas opções de cursos que você pode fazer para poder ter contato com cada tipo de população de cachorros. Tem curso só para filhotes (estágios de desenvolvimento), curso para cachorros com problemas médicos, com problemas de comportamento, curso para aprender a observar a linguagem corporal canina, curso sobre teoria do aprendizado animal, etc.

Quanto tempo durou?

O voluntário escolhe quanto tempo ele pode trabalhar. Muitos voluntários acabam fazendo amizades com outros e o canil vira um lugar importante na vida dessas pessoas. Eu tenho sido voluntária por mais de 2 anos.

Você teve que arcar com algum custo? Como você se manteve financeiramente?

Não tive que arcar com nenhum custo.  Existe uma imensa flexibilidade em termos de carga horária, portanto eu posso ser voluntária somente nas minhas horas livres e trabalhar ou estudar nas outras.

Qual foi a melhor e a pior parte da sua experiência?

A melhor parte é ver um cachorro que foi abandonado e tem problemas de comportamento aprender coisas novas e voltar a confiar em humanos depois de muito treino e dedicação. Ver aquele cão saindo com uma nova família pelos portões do canil é um sentimento extremamente gratificante. A pior parte é ver a quantidade de pessoas que abandonam seus companheiros caninos. A falta de compromisso de algumas pessoas que não planejaram o cão como parte integrante da família. Existe também o excesso de cães faz com que muitos cachorros que deveriam ser adotados fiquem sem esta chance. Castre seus cachorros e não compre cachorros de petshops! Adote!

Essa experiência fez com que você mudasse algo em sua vida?

Totalmente! A experiência de trabalhar intensamente com muitos tipos diferentes de cães me fez ver que eu realmente gostava do que estava fazendo e resolvi fazer disso minha profissão. Mudou minha vida!

Você teve problemas de adaptação com a língua e cultura locais?

Não.

Você pretende fazer algum trabalho voluntário novamente?

Sem dúvida!

Para aquelas pessoas que gostariam de ser voluntárias, quais dicas você poderia dar?

Procure um lugar onde você tem a chance de aprender coisas novas. O trabalho voluntário que envolve cuidado de animais pode ser emocionalmente difícil. Para cuidar de animais você precisa também estar bem consigo próprio. Para voluntários de outra áreas, fazer algo em que se acredita é uma maneira de se manter a lucidez, principalmente num mundo onde o capitalixo tenta te fazer não mais pensar e ter vontades próprias. Seja voluntário, se dê a chance de conviver com pessoas e idéias não pelo salário, mas por uma vontade ORIGINAL que existe em você.

E você? Conhece alguém que já fez um trabalho voluntário em alguma parte do planeta? Precisamos de sua ajuda!

 

 

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Doutora em literatura por formação, mas estudande do comportamento canino por amor. Residente em Colônia na Alemanha, está sempre procurando lugares para conhecer na sua nova cidade com o seu marido e cachorro.

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