Para ser bem sincera, desde que eu voltei do meu mestrado na França eu me sentia deslocada no Brasil. Parecia que eu não me encaixava no modo de vida, na cultura, profissionalmente.

E, como eu sempre fiz, eu sempre achei que o problema era eu mesma e não o lugar onde eu estava. O problema era a minha escolha profissional, o meu jeito de ser, a minha mania de querer fazer tudo de um jeito menos comercial. E a real é que é muito difícil viver assim, se sentindo pequena, desvalorizada, deslocada.

Depois de terminar o meu doutorado, eu decidi começar a trabalhar com fotografia de cães em um estilo europeu, mais fine art, criei curso, podcast, fiz vídeos, propaganda, promoção, sorteio….eu não poupava esforços para fazer o meu negócio dar certo. No começo até deu, até não dar mais rs. E para piorar, veio a pandemia e vocês já sabem, né?

A nossa vontade de morar na Alemanha começou a crescer ainda mais depois da viagem que fizemos em 2019 (e eu ainda não coloquei nada sobre ela aqui no blog, uma vergonha rs) com o Wurst. Percebemos que realmente o nosso estilo de vida é muito mais parecido com o europeu. Além disso, o fato de termos cachorro e não termos filho não é algo estranho, é normal aqui. E a verdade é que também queríamos fugir da cultura filhocentrista do Brasil, onde se você não é mãe significa que algo está errado com você.

E foi assim que começamos a nos preparar. O Fabio continuou estudando alemão (que seria fundamental para a nossa transição) e eu trabalhei o máximo que pude para juntar dinheiro para a mudança.

E olha: como é bom estar em um lugar que você se sente bem, conectada. Em menos de 2 meses a gente conseguiu um apartamento (que é algo quase impossível de conseguir se você não tem um contrato de trabalho com holerite de 3 meses, ainda mais com cachorro) e o Caco conseguiu o trabalho dos sonhos dele.

Eu ainda estou esperando a minha residência (sou brasileira), mas enquanto isso estou aproveitando para fotografar o Wurst em lugares lindos, fazer agility, estudar alemão e começar mais uma nova profissão.

Então, é isso, gente. Às vezes não é a gente que está errado não, a gente só está no lugar errado.

Espero conseguir compartilhar mais coisas aqui e voltar a ter o prazer que eu tinha há alguns anos atrás em escrever nesse blog, que por sinal é onde eu me sinto mais confortável. Fazer vídeos, dancinhas realmente não é pra mim.

Se vocês tiverem sugestões de temas ou dúvidas da nossa mudança para a Alemanha, terei o maior prazer em escrever posts específicos sobre isso.

 

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